Fatos e curiosidades interessantes sobre as najas
Entre as cobras, as najas são as mais icônicas e intimidantes. Sua postura esguia e seu “capuz” dão um ar de elegância e respeito no mundo animal, sem contar sua picada venenosa capaz de matar um humano em questão de poucos minutos.
Por sorte, as najas não são encontradas no Brasil. Entretanto, na África, na Índia, no Oriente Médio, na Indonésia e no sudoeste asiático elas são bem comuns. Em entrevista ao site Livescience, Sara Viernum, herpetologista de Madison, Wiscosin, nos EUA, revelou algumas curiosidades sobre esse gênero de serpente.
“O nome naja se refere a muitas espécies de cobras, sendo que a maioria delas pertencem à família Elapidae (cobra). Por sua vez, essa família inclui outros tipos de serpentes, entre elas a cobra-coral, as mambas e as kraits”, explica a doutora. Devido às confusões na hora de classificar e definir uma naja, o número de espécies dela pode variar entre 20 e cerca de 270, dependendo de como ela é analisada.
As características de uma cobra do gênero naja
O gênero naja faz parte da família Elapidae, um tipo de cobra que possui presas ocas fixadas no topo da mandíbula, na parte da frente da boca. Segundo o Zoológico de San Diego, essas criaturas não conseguem enterrar as presas em outros animais, portanto elas utilizam o objeto para injetar o veneno. Além disso, elas têm um ótimo olfato e enxergam perfeitamente no escuro.
Fora o capuz que as caracteriza, as cobras de capello (como também são conhecidas as najas) possuem pupilas circulares e escamas macias. Já as cores costumam variar entre as espécies, podendo ser vermelhas, amarelas, pretas, manchadas, listradas etc.
Os animais desse gênero geralmente são maiores do que as cobras comuns, sendo que algumas espécies chegam a até 2 metros. Segundo o Cape Snake Conservation, a Naja melanoleuca (Forest Cobra) é uma das maiores entre elas, conseguindo atingir até os 3 metros. Já a Naja Ashei (cobra-cuspideira de Ashe) mede 2,7 m, o que a torna a maior cobra do tipo cuspideira do mundo. Por sua vez, a menor espécie, a cobra-cuspideira de Moçambique, possui 1,2 m. A verdadeira “rainha” entre as serpentes venenosas é a cobra-real, medindo cerca de 5,5 metros.
“A aparência física mais característica e marcante das najas é o capuz”, diz Viernum. A doutora explica que a transformação ocorre quando a cobra sobressalta as costelas do pescoço, tornando a área próxima à cabeça maior e mais ampla. O efeito deixa as cobras ameaçadoras e impõe respeito nos inimigos.
Onde as cobras moram?
Em geral, as najas vivem em locais quentes e áreas tropicais; entretanto, elas também podem ser achadas em gramados, florestas e cerrados na África e na região do sudeste asiático. Em geral, elas passam a maioria do tempo embaixo de pedras e em árvores não incomodando ninguém.
A doutora Viernum informa que o comportamento mais distintivo das najas é seu modo de defesa, o que inclui o levantamento do capuz, o som sibilante e a postura ereta que adota ao levantar a porção superior do corpo. A maioria das serpentes desse gênero empina até um terço de seu tamanho total.
Além de assustar as vítimas e indicar um possível ataque, esse comportamento também auxilia na busca por comida. Algumas espécies inclusive cospem veneno pelas presas em direção aos predadores.
As fêmeas de naja botam de 20 a 40 ovos por cria, os quais são incubados durante 60 a 80 dias. Segundo o site SnakeWorld, as criaturas não são assim tão cruéis, pois permanecem ao lado dos ovos e os defendem até que choquem. Os mangustos e os javalis são os principais predadores que elas precisam enfrentar nesse período. Na verdade, os primeiros são conhecidos por serem os inimigos mortais das najas.
A sobrevivência dos mais fortes
O instituto Cobras.org explica que os mangustos possuem uma pelugem grossa que os protegem das presas das serpentes. Além disso, eles utilizam sua agilidade e rapidez para cansar o adversário e vencer a batalha.
As najas são caçadoras oportunistas e atacam sempre que uma presa desatenta aparece em sua frente. Em geral, elas comem pássaros, pequenos mamíferos, lagartos, ovos de outros bichos, carniça e até membros de sua própria espécie.
Elas costumam perseguir o alvo a distância esperando o momento oportuno para o bote. O Zoológico de San Diego informa que elas tendem a caçar ao amanhecer e ao entardecer, porém algumas delas preferem o calor do dia. Assim como as outras cobras, as najas têm um metabolismo muito baixo que permite que permaneçam sem comer durante dias ou meses.
A picada do bicho
A doutora Viernum diz que a picada da naja pode ser fatal, principalmente se não for tratada imediatamente. Felizmente, já existe antídoto para esse gênero de cobra, sendo que algumas vezes uma vida pode ser salva com o uso de aparelhos respiratórios artificiais.
“Assim como as cobras corais, as najas possuem uma neurotoxina muito potente que age no sistema nervoso. Uma picada do bicho causa problemas de visão, dificuldades para engolir, respirar e falar, fraqueza muscular, vômito, dores abdominais, necroses e anticoagulação. Um humano adulto para de respirar em apenas 30 minutos após a picada.
Algumas najas – incluindo todas as cuspideiras – têm uma citotoxina venenosa que ataca o tecido corpóreo e causa dores agudas, inchaço e possivelmente necroses (a morte das células e do tecido do corpo). Segundo o Museu Americano de História Natural, as cobras também conseguem atirar veneno diretamente nos olhos da vítima com bastante destreza, causando cegueira se não for lavado imediatamente.
A rainha das cobras
A cobra-real é um exemplo de serpente com “cobra” no nome, mas que, apesar da aparência, não faz parte das najas, sendo a única pertencente ao gênero Ophiophagus hannah. Ainda que seja a espécie venenosa mais comprida do mundo, em média elas medem de 3 a 4 metros, mas podem chegar aos 5 m.
Como a cobra-real levanta até um terço de seu corpo, uma criatura enfurecida vai literalmente encarar você nos olhos. Ainda que existam venenos mais poderosos do que o seu, a real emite neurotoxina suficiente para matar até 20 pessoas – ou um elefante – com apenas uma picada. Por sorte, ela é muito tímida e costuma evitar os humanos.
Além disso, a real é a única espécie de cobra a criar ninhos para os filhos, que ela guarda com ferocidade, mesmo que não tenha sido provocada. Ela reside em árvores, terra e até mesmo na água, podendo ser encontrada em florestas tropicais, mangues e pastagens da China e no sudeste asiático.
De acordo com o National Geographic, as cobras-reais são populares entre os encantadores de serpentes. Todavia, elas não ouvem o som da música, pois são surdas aos sons ambientes. Na verdade, elas são atraídas pela forma e o movimento da flauta.
Fonte: megacurioso.com.br