10 equívocos sobre germes e higiene em que costumamos acreditar
Em nosso dia a dia, muitas vezes nos deparamos com hábitos de higiene que adquirimos desde crianças, de acordo com as orientações de nossos pais, ou mesmo durante as experiências (boas ou ruins) pelas quais passamos. Por outro lado, tem quem nem não se importe muito com essas questões.
Por exemplo, você lava as mãos com regularidade? Há quem lave demais e há quem lave de menos, mas é importante que deva haver um equilíbrio e uma forma correta de fazer isso para se livrar das bactérias.
Nesse universo da higiene e dos germes, existem muitos equívocos em que costumamos acreditar. Alguns deles foram esclarecidos em um vídeo do site Mental Floss, que consultou pesquisas e especialistas, e vamos apresentar a vocês logo abaixo. Confira:
1 – A regra dos cinco segundos
Você provavelmente já deixou cair um pedaço de pão ou algum outro alimento no chão e pegou bem rápido para comê-lo, alegando que se ele ficou cinco segundos ou menos por lá não deu tempo de nenhum germe contaminá-lo. Será que essa tal regra dos cinco segundos é mesmo verdadeira?
Bem, ao que tudo indica, não é. Apesar de não ter muitos estudos científicos específicos sobre isso, os cientistas afirmam que as bactérias fazem o seu caminho para a comida imediatamente depois de ela atingir o solo.
De acordo com eles, é uma quantidade pequena de germes que invadem o alimento nesses poucos segundos, por isso, quanto mais cedo você pegá-lo, menos bactérias ele terá. Então, até vale a pena pegar rápido, mas isso não garante que nenhum germe contamine o item. Afinal, eles não têm consciência ou noção de tempo para esperar cinco segundos antes de invadir o alimento, não é verdade?
2 – Sabão mata os germes
A lavagem adequada das mãos com sabão (ou sabonete) é capaz de remover os micróbios completamente, mas não de matá-los.
Isso porque o sabão é na verdade um agente tensioativo (ou emulsionante) que age em contato com a água. Então, quando você lava as suas mãos, você combina os dois e a tensão superficial é reduzida, permitindo que as bactérias saiam de suas mãos, escoando pelo ralo. Mas, na verdade, elas não morrem, apenas são removidas.
3 – Vírus se mantêm vivos em uma superfície rígida por um longo tempo
Esse é um dos terrores das pessoas que sofrem com transtornos obsessivos compulsivos de higiene ou mesmo de quem é só um pouquinho exagerado, mas não é necessária tanta preocupação com essa questão de que os vírus estão em todos os lugares e ficam muito tempo vivos em superfícies duras, como maçanetas, alças de veículos e corrimões públicos.
De acordo com o Mental Floss, é normal ficar meio receoso em tocar nesses lugares de espaços públicos. Porém, é importante saber que os vírus e bactérias não sobrevivem por muito tempo nessas superfícies. O quanto eles permanecem vivos depende do tipo específico.
Por exemplo, o vírus da gripe normalmente só sobrevive entre duas e oito horas, enquanto os do resfriado duram um pouco mais. Já o vírus do herpes morre depois de quatro horas em uma superfície.
Por isso, não é necessário tanto pânico ao tocar esses lugares. Porém, de qualquer forma, depois de passar por um espaço ou transporte público, lavar as mãos ao chegar em casa, no trabalho ou para as refeições é importante.
4 – Urina desinfeta queimaduras e picadas
Não, urina não é um desinfetante, nem para os casos de lesões como essas ou para limpar a casa. De fato, um estudo realizado em 2014 pela Loyola University descobriu que há, na verdade, muitas bactérias até em bexigas saudáveis. Por isso, não é recomendado usar urina para desinfetar ferimentos, pois não há nenhum benefício nisso.
5 – O assento do vaso sanitário é extremamente contaminado
Você é daqueles (ou daquelas) que forram todo o assento do vaso quando vai a algum banheiro fora de casa mesmo ele não estando sujo a olho nu (com gotas de urina etc.)? Bem, nós sabemos que os vasos sanitários, principalmente de lugares públicos ou com muita frequência de pessoas, não são os mais limpos do mundo.
No entanto, segundo pesquisas, é improvável que se obtenha doenças neles. Segundo o Mental Floss, é um equívoco pensar que você venha a contrair uma DST através do contato das pernas com um assento sanitário possivelmente contaminado.
De acordo com um estudo da Universidade de Arizona de 2002, existem cerca de 49 germes por polegada quadrada no assento do vaso sanitário. Comparando esse número com uma média de 21 mil germes por polegada quadrada que encontraram nas mesas de trabalho de algumas pessoas é quase nada.
Ainda assim, você não deve tocar o assento do vaso sanitário com a mão. Além disso, a descarga e outras superfícies no banheiro são ainda mais sujas. Por isso, certifique-se de lavar bem as mãos.
6 – Todo mundo lava as mãos
É, meu amigo, nem todo mundo lava as mãos depois de ir ao banheiro, por exemplo. De acordo com um estudo norte-americano de 2013, da Universidade do Michigan, 10% das pessoas não lavam as mãos depois de usar um banheiro público. Isso que estamos falando de um país desenvolvido; imagine em lugares com o sistema sanitário precário e poucas recomendações de saúde.
Lavar as mãos pode reduzir muito o risco de doenças diarreicas, que afeta 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo a cada ano. Em 2003, uma revisão de sete estudos sobre higiene descobriu que se todo mundo lavasse as mãos haveria entre 0,5 milhão e 1,1 milhão menos mortes por doenças diarreicas anualmente.
7 – Todo mundo lava as mãos corretamente
De acordo com o mesmo estudo citado no tópico acima, 95% das pessoas não lavam as mãos o tempo suficiente para se livrar dos germes. Conforme também falamos nesse artigo sobre a ação do sabão, o recomendado pelas autoridades de saúde pública é que o processo de lavagem das mãos com água e sabonete leve ao menos 20 segundos ou, ainda, que a lavagem seja repetida.
Segundo o Mental Floss, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos diz que a duração da lavagem pode ser aproximadamente o mesmo que cantar "Parabéns a você" duas vezes. Faça o teste.
8 – Secadores de mão espalham os germes para todos os lados
Tem que adore e tem que odeie aqueles secadores de mãos que existem em alguns banheiros. Muita gente até pensa que eles espalham bactérias com o vento que sai de seu conteúdo. Mas será que isso é verdade? De acordo com o departamento de microbiologia da Universidade de Ottawa, que realizou alguns estudos, isso não é verdade.
Os secadores de mãos realmente não espalham os germes pelas suas mãos. Há que acredite que sujeira se forme no seu interior, acumulando germes e sendo ventilada para fora, mas esse mito também foi desmascarado por algumas pesquisas.
No entanto, alguns estudos mostraram que alguma quantidade de bactérias foi espalhada pelo ambiente devido ao secador de mãos. Porém, foi comprovado que esse efeito não foi prejudicial e nem foi causador de algum tipo de surto de doença ou epidemia. Portanto, se você não está usando secadores de mãos em salas de emergência, está tudo bem.
9 – Pessoas mais sujas pegam piolhos
Você pode ser a mais limpa das criaturas, tomar dois ou mais banhos por dia, lavar bem os cabelos com frequência, mas isso tudo não vai fazer com que os piolhos se sintam menos atraídos pela sua pessoa. Infelizmente, essa é a verdade, pois os piolhos são passados pelo contato “cabeça a cabeça” com alguém que já os tem.
Mesmo que o seu cabelo e couro cabeludo estejam impecáveis na limpeza, se você encostar a sua cabeça em alguém infestado de piolhos, os bichinhos não vão se acanhar em pular para o seu território.
10 – Higienizadores para as mãos causam resistência bacteriana
Muitos acreditam que a utilização dos higienizadores de mãos cria bactérias resistentes aos antibióticos, também conhecidas como superbactérias. De acordo com o Mental Floss, as superbactérias infectam cerca de 2 milhões de pessoas por ano, mas provavelmente não devido ao uso desses produtos.
O álcool gel para as mãos é capaz de matar a maioria das bactérias em suas mãos. Essa ação do produto envolve quebrar a proteína no interior das bactérias, fator que deixa a resistência muito improvável. São os antibióticos que tendem a criar superbactérias. Portanto, se o seu higienizador tiver pelo menos 60% de álcool na fórmula e não contiver algum tipo de antibiótico, você está seguro.
Fonte: megacurioso.com.br