Regulação hormonal
O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substâncias denominadas, genericamente, hormônios.
As glândulas endócrinas (do grego endos, dentro, e krinos, secreção) são assim chamadas porque lançam a sua secreção (hormônios) diretamente no sangue ou na hemolinfa, no que se distinguem das glândulas exócrinas (do grego exos, fora), que lançam suas secreções para fora do corpo ou nas cavidades de órgãos ocos.
Como agem os hormônios
As glândulas endócrinas sempre liberam os hormônios no sangue (ou na hemolinfa), porque eles atingem todas as células do corpo. Cada hormônio atua apenas sobre alguns tipos de células, denominadas células-alvo. As células-alvo de determinado hormônio possuem, na membrana ou no citoplasma, proteínas denominadas receptores hormonais, capazes de se combinar especificamente com as moléculas do hormônio. É apenas quando a combinação correta ocorre que as células-alvo exibem a resposta característica da ação hormonal.
Regulação hormonal por FEED-BACK
Como a glândula endócrina “sabe” quanto de hormônio deve liberar no sangue?
Essa pergunta já vem sendo respondida a tempo pelos cientistas. A regulação da secreção de diversos hormônios é feita por um mecanismo conhecido como feed-back negativo.
A expressão inglesa feed-back (traduzida como “retroalimentação”) é usada para indicar a regulação de uma glândula pelo seu próprio produto final. O feed-back é negativo porque o aumento do produto final inibe a atividade da glândula.
Regulação da tireotrofina por feed-back
Um exemplo de feed-back negativo é o controle exercido pela hipófise sobre a glândula tireoide. A hipófise produz um hormônio trófico, a tireotrofina, que estimula a tireoide a liberar os hormônios tiroxina e triiodotironina. Quando esses hormônios atingem determinada concentração no sangue, passam a inibir a produção de tireotrofina pela hipófise.
Quando a taxa de tireotrofina no sangue diminui, diminuem também as taxas de tiroxina e triiodotironina no sangue. Desfaz-se, assim, o efeito inibitório sobre a hipófise, que aumenta a produção de tireotrofina, reiniciando o ciclo regulatório.
Regulação hormonal do nível de cálcio no sangue
Outro exemplo de feed-back negativo no sistema endócrino é a regulação da produção dos hormônios calcitonina e paratormônio, respectivamente, pelas glândulas tireoides e paratireoides. Esses dois hormônios são responsáveis pela manutenção dos níveis normais de cálcio na circulação em torno de 9 a 11 mg por ml de sangue.
Elevação do nível de cálcio no sangue estimula a tireoide a secretar calcitonina. Esse hormônio promove a deposição de cálcio nos ossos e a eliminação de cálcio na urina, além de inibir a absorção desse material pelo intestino. Com isso, a taxa de cálcio no sangue diminui.
Quando a taxa de cálcio se torna menor que 10 mg por 100 ml de sangue, a secreção de calcitonina é inibida e as glândulas paratireoides são estimuladas a secretar o paratormônio. Esse hormônio tem efeito inverso ao da calcitonina: libera cálcio dos ossos para o sangue, estimula a absorção de cálcio pelo intestino e diminui sua eliminação pelos rins.
Dessa forma, a calcitonina e o paratormônio mantêm um nível adequado de cálcio no sangue, condição essencial para o bom funcionamento das células.