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As 10 descobertas científicas que receberam mais atenção da mídia de 2015

Como sempre, a ciência teve um grande ano. Foram muitas descobertas e desenvolvimentos importantes, e abaixo você confere os que geraram mais atenção da mídia.

10. Água em Marte

A existência de água em Marte tem sido um tema de debate constante há décadas. Já sabíamos que o planeta tinha gelo e vapor, mas a presença de água líquida, enquanto provável, não tinha sido ainda estabelecida.

Isso mudou em outubro, quando a NASA anunciou que o rover Curiosity encontrou evidências de fluxos de água líquida em Marte. Os cientistas não têm certeza da fonte, mas sabem que a água passa por cânions e paredes da cratera durante os meses de verão.

O processo de análise desta água, no entanto, será lento e metódico. Existe a preocupação de que micróbios da Terra infectem o local, razão pela qual o rover atual não vai analisar os fluxos de água mesmo que os encontre. O novo desafio dos pesquisadores será desenvolver uma nave espacial realmente “limpa” e esterilizada para futuros estudos.

9. Projeto Arca de Noé

Apesar do nome, o Projeto Arca de Noé não vai reunir exemplares de todos os animais na Terra – apenas seu DNA. Pesquisadores da Universidade Estadual de Moscou, na Rússia, querem construir o maior repositório genético da história. O projeto foi anunciado no final de 2014 e iniciou sua primeira fase em 2015, com a esperança de ser concluído em 2018.

Embora o projeto russo seja o maior de seu tipo, existem outros parecidos. O Banco de Sementes do Milênio é o maior programa de conservação de plantas, e o Projeto Arca Congelada na Grã-Bretanha armazena o DNA de espécies ameaçadas de extinção. Em Washington, nos EUA, o Museu Nacional de História Natural atualmente abriga o maior biorrepositório no mundo, com mais de 4,2 milhões de amostras.

A instalação do Projeto Arca de Noé vai medir quase 430 quilômetros quadrados quando terminada. Material celular será criogenicamente congelado e armazenado, para talvez ser usado no futuro para trazer espécies extintas de volta à vida.

8. Fotos inéditas de Plutão

Até recentemente, tínhamos uma visão limitada de Plutão; os cientistas tinham mais perguntas do que respostas. Finalmente conseguimos tirar algumas dúvidas em julho desse ano, quando a sonda espacial New Horizons fez um sobrevoo pelo ex-planeta, enviando à Terra incríveis imagens de alta resolução de Plutão.

As fotos forneceram um tesouro de informações sobre as características geográficas do planeta-anão: cadeias de montanhas, uma planície em forma de coração chamada Sputnik Planum, gelo fluindo por vales, e muito mais. Também vimos de perto a maior lua de Plutão, Caronte.

New Horizons foi lançada em 2006 e fez um sobrevoo em torno de Júpiter em 2007. Depois de passar por Plutão, a sonda agora está a caminho de nos oferecer um olhar igualmente sem precedentes do Cinturão de Kuiper, em algum momento de 2019.

7. Descoberta do Homo naledi

A árvore genealógica hominídea muda toda hora. Este ano, por exemplo, teve uma adição: Homo naledi, espécie extinta que alguns cientistas acreditam ser um membro do gênero Homo. Descoberta na rede de cavernas calcárias da África do Sul conhecida como o “Berço da Humanidade” em 2013, uma extensa pesquisa das 1.550 peças esqueletais recuperadas de pelo menos 15 indivíduos demorou muito tempo para ser completada, e por isso a espécie só foi formalmente anunciada em setembro de 2015.

Outras evidências precisam confirmar os resultados do estudo, mas, com base em características anatômicas, especialistas acreditam que o Homo naledi pode ter vivido na mesma época que o Homo erectus e Homo habilis, cerca de dois milhões de anos atrás.

Os antropólogos estão intrigados com o posicionamento dos ossos encontrados, pois os esqueletos parecem ter sido levados para dentro da caverna, o que tornaria o local um “cemitério”. Práticas de enterro para uma espécie tão primitiva seriam sem precedentes e certamente levantariam novas questões sobre a evolução humana.

6. Mapa do epigenoma

Em 2003, os cientistas completaram um dos projetos mais ambiciosos da história da biologia: o Projeto Genoma Humano. Enquanto o genoma pode ser visto como um mapa que mostra todos os genes que compõem o nosso DNA, é nosso epigenoma que mantém o controle de todas as mudanças na estrutura e função dos genes.

Mapeá-lo é muito mais difícil, mas também mais útil do que mapear o genoma. Entender as funções de vários tipos de células e, mais importante, ser capaz de “ligá-las ou desligá-las” tem vastas implicações médicas. Tais mudanças podem desencadear o aparecimento de várias doenças, como câncer, diabetes e Alzheimer.

Esse ano, os cientistas revelaram a primeira “versão” de um mapa do epigenoma, uma coleção detalhada de 111 tipos diferentes de células humanas. Logo, dezenas de artigos foram publicados sobre as potenciais ramificações dessas descobertas.

O projeto de mapeamento é conhecido como “Roadmap Epigenomics Program” e ainda vai levar anos para ser concluído.

5. Descoberta do Kimbetopsalis simmonsae

Kimbetopsalis simmonsae é um dos primeiros mamíferos já descobertos. Ele passeava pela Terra cerca de 65 milhões de anos atrás, e acredita-se que sobreviveu à extinção que matou os dinossauros.

A anatomia e dieta desta espécie recém-descoberta nos fornecem pistas sobre como os grandes mamíferos se tornaram dominantes após o desaparecimento dos dinossauros. O tamanho deste animal é estimado em um metro de comprimento e seu peso 10 kg.

Kimbetopsalis simmonsae fazia parte das multituberculados, um grupo inicial de mamíferos que se originou durante o período jurássico e evoluiu juntamente com dinossauros. Após a extinção dos dinossauros, multituberculados prosperaram durante 100 milhões de anos antes de ser trucidados por roedores e desaparecerem totalmente.

Kimbetopsalis simmonsae era encontrado em toda a América do Norte e Ásia e, em comparação com os outros que vieram antes dele, era muito maior. A falta de predadores perigosos e os dentes fortes do animal permitiram que o animal prosperasse por tanto tempo, se alimentando da vegetação exuberante do planeta.

4. Siliceno

Há alguns anos, um alótropo de carbono chamado grafeno foi anunciado como um material excelente. Formado em escala atômica, é 200 vezes mais forte que o aço, quase invisível e um bom condutor de calor e eletricidade.

Em 2015, no entanto, outro produto se mostrou ainda mais promissor: siliceno. A nova forma de silício vem em camadas com apenas um átomo de espessura. Teoricamente, suas propriedades eléctricas sugerem que pode ser usado para fazer chips de computador extremamente pequenos e poderosos. Mas, na realidade, trabalhar com este material é muito difícil.

Em fevereiro, os cientistas tiveram sucesso em criar o primeiro transistor de siliceno do mundo. O esforço conjunto entre pesquisadores americanos e italianos foi detalhado na revista Nature. De acordo com os testes de desempenho, os transistores demonstraram seu potencial teórico. Mesmo assim, os cientistas ainda não sabem se este método é viável comercialmente, em maior escala. Se for, poderia substituir o grafeno como o “futuro da nanotecnologia”.

3. A planta que tem gosto de bacon

O bacon é amado e ao mesmo condenado nessa nossa sociedade, justamente por não ser lá o alimento mais saudável do mundo. Mas e se houvesse um tipo de bacon bom para você? Seria uma espécie de Santo Graal gastronômico!

Graças a pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos EUA, esse sonho pode se tornar realidade. Eles descobriram um tipo de alga chamada dulce, comumente encontrada nas zonas costeiras do Atlântico e do Pacífico. Colhida e comida por séculos, não é uma novidade propriamente dita. Ela é conhecida por ser um “superalimento”, o tipo que é carregado de valor nutricional. Comparada a couve, sua concorrente mais famosa, possui o dobro de nutrientes, por exemplo.

O que os cientistas descobriram enquanto estudavam novas estirpes de dulce foi que, quando frita, ela tem um gosto muito parecido com bacon. Os pesquisadores dizem que há um grande potencial para esta nova cepa de alga marinha, o de se tornar um alimento muito popular que é tão gostoso quanto saudável.

2. Trazer o mamute de volta à vida

A engenharia genética é um dos campos mais controversos da pesquisa científica. Uma de suas técnicas é conhecida como CRISPR, e pode ser usada para modificar um gene, múltiplos genes e, teoricamente, até mesmo um genoma inteiro.

Alguns cientistas acreditam que ela poderia impedir o processo de envelhecimento. Outros pensam que deveria ser usada para modificar espécies inteiras de animais problemáticos, como pragas. CRISPR também pode ser usada para “de-extinção”, ou seja, para trazer espécies extintas de volta à vida.

Os cientistas já estão tentando algo do tipo, através da inserção de DNA do mamute-lanoso em células pertencentes a elefantes asiáticos, seus parentes mais próximos. Até o final de 2015, nós simplesmente temos algumas células de elefantes saudáveis com DNA de mamute. Mas esse já é um passo em frente para reviver um animal desaparecido há 3.300 anos.

1. A megaestrutura misteriosa

Em setembro, os astrônomos anunciaram a descoberta de uma estrela peculiar com o nome KIC 8462852. Ela exibe um comportamento curioso, na forma de flutuações de luz imprevisíveis e erráticas.

A luz de uma estrela pode ser bloqueada por objetos em intervalos regulares, que podem ser previstos, uma vez que você aprende o padrão orbital da estrela. Esse não foi o caso com a KIC 8462852.

Os pesquisadores sabem que não é um planeta que está causando tais flutuações, porque mesmo um planeta gigante como Júpiter só escurece o brilho do sol por 1%. A estrela experimenta uma diminuição de luz de 22%.

Outras teorias para explicar essa bizarrice incluem uma nuvem de poeira e detritos, uma série de cometas, uma estrela de forma irregular e… uma megaestrutura criada por alienígenas.

Para sermos justos, estes tipos de estruturas gigantes foram teorizadas por cientistas há muito tempo. Algo chamado “esfera de Dyson” poderia hipoteticamente ser construído por uma civilização avançada para usar a estrela como fonte de energia.

Estamos quase certos de que aliens não são a explicação mais provável para esse mistério, mas ainda não podemos descartar totalmente essa teoria.

(http://hypescience.com/10-grandes-manchetes-da-ciencia-em-2015/)

Como referenciar: "As 10 descobertas científicas que receberam mais atenção da mídia de 2015" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 06:41. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/noticias/noticia87.php